quarta-feira, 25 de agosto de 2010

10 coisas que todo Mórmon (ou Santo dos Últimos Dias) precisa saber…

Outro dia encontrei na comunidade “Mórmon Throught“, no Orkut, uma tradução de um texto de Andrew Ainsworth, do site “Mormon Matters” intitulado “10 coisas que todo Mórmon (ou Santo dos Últimos Dias) precisa saber…”. Achei o negócio interessante, então estou copiando e colando o mesmo abaixo. A tradução das escrituras e de outros textos disponíveis em português em sites oficiais da Igreja (especialmente no LDS.org) foi revista e corrigida. A tradução de textos indisponíveis em português na internet não foi revisada. Em alguns pontos, alterei o texto original tentando encontrar alguma clareza para a coisa, por causa da tradução. Espero ter encontrado uma boa solução nestes casos. Bem… Boa leitura (seja você SUD ou não).



“Em minha visão, as necessárias mudanças na cultura Mórmon não requerem que membros da Igreja saiam de seus conselhos de liderança. Ao contrário, creio que as mudanças mais necessárias são aquelas que os membros da Igreja “apanham”(no sentido de entender) o que as Autoridades Gerais já lhes disseram. Na minha opinião, uma das mudanças mais necessárias na cultura Mórmon é eliminar a tendência dos membros da Igreja de “elevar” por demais os seus líderes e as suas doutrinas a um estado de perfeição mítico e livre de imperfeição.



A seguinte lista contém 10 coisas que acredito que todo Mórmon deveria saber para evitar desenvolver expectativas absurdas sobre a Igreja, sua doutrina e seus líderes. Você poderia considerar este conjunto de princípios estabelecidos como uma “vacina” para prevenir que os Santos dos Últimos Dias se tornem desiludidos por apenas uma simples dificuldade ou controvérsia sobre a Igreja.:

1. Nossa compreensão é incompleta. Uma das Regras de Fé diz que Deus “…ainda revelará muitas grandes e importantes coisas pertencentes ao Reino de Deus.” (9ª. Regra de Fé.) As palavras-chave são “ainda revelará” (significa que não aconteceram ainda), “muitas” (entenda-se não poucas), e “grandes e importantes coisas” (leia-se não apenas poucos detalhes). Logo, a Igreja oficialmente reconhece que não temos a compreensão completa sobre a plenitude do Evangelho que temos e vivemos hoje; nós não dizemos (ou deveríamos dizer) que sabemos tudo. Então, se uma doutrina em particular ou regra não faz sentido para você, pode ser que ainda nos falte uma peça importante do quebra-cabeças. E, porque nossa compreensão é incompleta, devemos esperar por mudanças na doutrina da Igreja e regras administrativas em geral à medida em que a Igreja cresce “linha sobre linha, preceito sobre preceito” em direção a um maior entendimento dos caminhos de Deus.

2. Líderes da Igreja não alegam ser infalíveis. O Élder James E. Faust (1920-2007) disse claramente: “Nós não fazemos alegações de que somos infalíveis, ou de perfeição nos profetas, videntes e releladores” (James E. Faust, “Revelação Contínua,” Ensign, Nov 1989, p. 8). Igualmente, o Élder Robert D. Hales disse: “Eu não sou um homem perfeito, e a infalibilidade não vêm com o chamado.” (Robert D. Hales, “The Unique Message of Jesus Christ,” Ensign, May 1994, p. 78). Então, devemos esperar ocasionalmente achar nossos líderes sendo seres humanos, pecando e comentendo erros (ainda que possuam o sagrado manto proveniente do ofício do Sacerdócio que possuem e do chamado que carregam – Nota do Diego).

3. Nem tudo o que um líder da Igreja diz é inspirado por Deus. O profeta Joseph Smith tinha conhecimento disto quando afirmou que “algumas revelações são de Deus, algumas são do homem, e algumas revelações são do opositor.” (B. H. Roberts, Comprehensive History of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 1:163). Similarmente, o site oficial da Igreja (LDS.org) recentemente declarou: “Um simples pronunciamento feito por um simples líder em uma simples ocasião muitas vezes representa uma pessoal e bem-considerada opinião, mas não significa ser essa opinião oficialmente aceita por toda a Igreja.” (Veja http://newsroom.lds.org/ldsnewsroom/eng/commentary/approaching-mormon-doctrine). Então, não se impressione se um ‘bem-intencionado’ líder da Igreja erroneamente expressar sua opinião pessoal como se fosse uma doutrina (além disso, sempre podemos consultar uma instância superior na Linha de Autoridade do Sacerdócio para afirmar se aquela informação é mesmo doutrina oficial da Igreja ou mera interpretação pessoal daquele líder – Nota do Diego).

4. As escrituras podem conter imperfeições humanas. Quando a inspiração divina é reduzida à linguagem humana imperfeita, devemos esperar que algumas coisas “se percam na tradução” (Veja a 8ª. Regra de Fé ["desde que esteja traduzida{o} corretamente"] e a página título do Livro de Mórmon ["E agora, se há falhas, são erros de homens; não condeneis portanto as coisas de Deus..."]). Também não se surpreenda se uma revelação ou tradução entregue a um homem do início do século 19 soe como algo que um homem do início do século 19 diria. (D&C 1:24-25 ["estes mandamentos são meus e foram dados a meus servos em sua fraqueza, conforme a sua maneira de falar, para que alcançássem entendimento. E se errassem, isso fosse revelado."]).

5. Profetas não alegam que todas as suas inspirações vêm de experiências de conversas face a face com Deus. Quando dizemos que o profeta fala por Deus, não necessariamente isso significa que tudo o que ele diz foi dito por Deus diretamente, face a face. Melhor, os profetas esclareceram que sua inspiração normalmente vem do Espírito Santo. O Élder Boyd K. Packer declarou: “Esta instrução vem através de pensamentos, como sentimentos, através de impressões e insinuações. Nem sempre é fácil descrever uma inspiração. As escrituras nos ensinam que nós poderemos “sentir” as palavras de comunicação espiritual mais do que ouví-las, e ver com os olhos espirituais mais do que com os olhos mortais. Os padrões de revelação não são dramáticos. A voz da inspiração ainda é uma voz doce, uma voz mansa e delicada. Não precisamos estar em transe, nem de uma declaração formal documental. A revelação é mais silenciosa e simples do que isto.” (Boyd K. Packer, “Revelation in a Changing World,” Ensign, Nov 1989, 14). Então, como primeiro ponto, devemos esperar algumas imperfeições sempre que alguém toma uma decisão de realizar uma tarefa de tão grandes proporções quanto a de reduzir pensamentos divinos em termos humanos, compreensíveis a seres imperfeitos como nós. E porque existe algum “espaço para interpretação” em dicernir impressões espirituais, devemos esperar que os líderes da Igreja divirjam em alguns pontos de suas percepções e visões.

6. Algumas vezes, Deus dá aos líderes da Igreja a discrição de tomar suas próprias decisões, de acordo com o seu ‘melhor julgamento’. O Presidente Brigham Young ensinou: “Se eu pedir ao Senhor que me dê sabedoria concernente a qualquer exigência de minha vida, ao caminho que devo seguir ou com relação a meus amigos, minha família, meus filhos ou aqueles a quem presido e não obtiver Dele uma resposta, e então eu fizer o melhor que puder segundo meu entendimento, Ele estará obrigado a aceitar e honrar aquilo que fiz, e Ele assim o fará em todos os sentidos.” (Teachings of the Presidents of the Church: Brigham Young, p. 46; ver também Helamã 10:5-10, Doutrina & Convênios 80:3). Em outras palavras, ás vezes Deus deixa os líderes da Igreja decidirem o que fazer e coloca seu selo divino de aprovação sobre as decisões deles. Então, não se surpreenda se a decisão de um líder da Igreja parecer um reflexo de seu julgamento pessoal em oposição a uma instrução divina.”

7. Erros doutrinários podem existir na Igreja. O Élder Merrill C. Oaks, dos Setenta, declarou: “Nossa proteção contra doutrinas errôneas está em nossa crença primordial sobre o recebimento de revelação contínua por nosso profeta atual” (Merrill C. Oaks, “The Living Prophet: Our Source of Pure Doctrine,” Ensign, Nov 1998, p. 82). Eu entendo que esta declaração de ser possível a existência de erros doutrinários na Igreja é um tanto quanto radical, mas felizmente, estes erros serão identificados e corrigidos com o tempo através de revelação. É claro, a possibilidade de erros existentes na Igreja não nos deve surpreender se lembrarmos dos pontos de 1 a 6 acima.

8. Nenhum dos pontos acima deve minar nosso testemunho de que as escrituras são a “palavra de Deus” ou de que os líderes da Igreja são inspirados por Deus. O fato de que um livro de escrituras ou um profeta podem se equivocar sobre uma ou mais coisas não os impede de serem inspirados sobre muitas, muitas outras coisas. Nada diz que o dicernimento espiritual de um profeta precisa ser perfeito senão ele seria uma fraude. Como o Élder Faust declarou: “Eu testifico, humildemente, que eu sei que o Senhor ainda guia esta Igreja através de seus servos, mesmo com quaisquer imperfeições pessoais” (James E. Faust, “Continuous Revelation,” Ensign, Nov 1989, 8). A falsa idéia, porém, de que podemos ignorar tudo o que um livro de escritura ou um líder da Igreja nos diz apenas porque um ou outro aspecto pequeno possa estar errado é o mesmo que levar ao pé da letra o ditado popular que apregoa “jogar o bebê fora junto com a água do banho”.

9. Questionar e examinar as declarações dos líderes da Igreja não é somente permitido, mas encorajado. Brigham Young disse: “Eu temo que estas pessoas tenham tanta confiança em seus líderes que elas não perguntem mais nada a Deus, ainda que sejam guiadas por servos Dele. Temo que elas se acomodem em um estado de cegueira de auto-proteção, confiando que seus eternos destinos estão seguros nas mãos destes líderes com uma confiança imprudente que por si só pode frustrar os propósitos de Deus em relação à sua salvação e debilitar Sua influência sobre Seus líderes, uma vez que cada membro desta Igreja pode saber por si mesmo, através de revelações de Jesus, se eles foram guiados da forma correta ou não. Deixemos cada homem e mulher saber, através dos sussuros do Espírito de Deus, por eles mesmos, se seus líderes estão andando no caminho que o Senhor lhes ordena ou não.” (Journal of Discourses, 9:150 [comentado em James E. Faust, "Continuous Revelation," Ensign, Nov 1989, p. 8]). É claro, existe uma grande diferença entre indagações motivadas por um sincero desejo de saber a verdade e um esforço pré-determinado de provar que a Igreja está errada. A primeira opção é encorajada, enquanto que a segunda é falsa e infundada.

10. É leviano concluir que os líderes da Igreja estão “errados” sobre algo que não compreendemos ou não concordamos. Humildade e honestidade intelectual requerem que reconheçamos que nós somos capazes de, pelo menos, cometer enganos em nosso julgamento como líderes da Igreja. Em consequência, seria insensato concluir que os líderes da Igreja estão “errados” sobre algo ou que determinado ensinamento é “falso”. O máximo que devemos dizer é que nós não entendemos algo, ou que sobre aquilo ainda não recebemos testemunho da veracidade de algo. Isto pode parecer semântico, mas existe uma importante diferença entre dizer a um lider da Igreja “você está errado” ou “você está ensinando uma falsa doutrina”, ou o oposto dizendo, “Eu não entendo a sua posição” ou “Eu tenho um ponto de vista diferente.” Então, aqui está o paradoxo: enquanto nós reconhecemos a possibilidade (e probabilidade) de erros existente na Igreja, sabedoria e humildade devem evitar para cada um de nós de concluir que nosso julgamento e dicernimento espirituais são superiores aos de nossos líderes da Igreja. Em consequência, nenhum de nós deve concluir que possuímos o julgamento superior necessário para identificar estes erros; esta tarefa está designada aos nossos líderes, graças à divina autoridade que possuem, devido ao seu chamado e designação.”

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